Torateinu

Ex 1:1-6:1   Is 27:6-28:13; 29:22-23   At 7:17-29   Sl 99




SHEMOT

Ex 1:1-6:1

Ex 1
1 São estes os nomes dos filhos de Israel que entraram com Jacó no Egito; cada um entrou com sua família:
2 Rúben, Simeão, Levi e Judá,
3 Issacar, Zebulom e Benjamim,
4 Dã, Naftali, Gade e Aser.
5 Todas as pessoas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta; José, porém, estava no Egito.
6 Faleceu José, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração.
7 Mas os filhos de Israel foram fecundos, e aumentaram muito, e se multiplicaram, e grandemente se fortaleceram, de maneira que a terra se encheu deles.
8 Entrementes, se levantou novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José.
9 Ele disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é mais numeroso e mais forte do que nós.
10 Eia, usemos de astúcia para com ele, para que não se multiplique, e seja o caso que, vindo guerra, ele se ajunte com os nossos inimigos, peleje contra nós e saia da terra.
11 E os egípcios puseram sobre eles feitores de obras, para os afligirem com suas cargas. E os israelitas edificaram a Faraó as cidades-celeiros, Pitom e Ramessés.
12 Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais se multiplicavam e tanto mais se espalhavam; de maneira que se inquietavam por causa dos filhos de Israel;
13 então, os egípcios, com tirania, faziam servir os filhos de Israel
14 e lhes fizeram amargar a vida com dura servidão, em barro, e em tijolos, e com todo o trabalho no campo; com todo o serviço em que na tirania os serviam.
15 O rei do Egito ordenou às parteiras hebréias, das quais uma se chamava Sifrá, e outra, Puá,
16 dizendo: Quando servirdes de parteira às hebréias, examinai: se for filho, matai-o; mas, se for filha, que viva.
17 As parteiras, porém, temeram a D-us e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito; antes, deixaram viver os meninos.
18 Então, o rei do Egito chamou as parteiras e lhes disse: Por que fizestes isso e deixastes viver os meninos?
19 Responderam as parteiras a Faraó: É que as mulheres hebréias não são como as egípcias; são vigorosas e, antes que lhes chegue a parteira, já deram à luz os seus filhos.
20 E D-us fez bem às parteiras; e o povo aumentou e se tornou muito forte.
21 E, porque as parteiras temeram a D-us, ele lhes constituiu família.
22 Então, ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem aos hebreus lançareis no Nilo, mas a todas as filhas deixareis viver.

Ex 2
1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi.
2 E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses.
3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio.
4 A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder.
5 Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou.
6 Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus.
7 Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança?
8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino.
9 Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou.
10 Sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, da qual passou ele a ser filho. Esta lhe chamou Moisés e disse: Porque das águas o tirei.
11 Naqueles dias, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos e viu os seus labores penosos; e viu que certo egípcio espancava um hebreu, um do seu povo.
12 Olhou de um e de outro lado, e, vendo que não havia ali ninguém, matou o egípcio, e o escondeu na areia.
13 Saiu no dia seguinte, e eis que dois hebreus estavam brigando; e disse ao culpado: Por que espancas o teu próximo?
14 O qual respondeu: Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio? Temeu, pois, Moisés e disse: Com certeza o descobriram.
15 Informado desse caso, procurou Faraó matar a Moisés; porém Moisés fugiu da presença de Faraó e se deteve na terra de Midiã; e assentou-se junto a um poço.
16 O sacerdote de Midiã tinha sete filhas, as quais vieram a tirar água e encheram os bebedouros para dar de beber ao rebanho de seu pai.
17 Então, vieram os pastores e as enxotaram dali; Moisés, porém, se levantou, e as defendeu, e deu de beber ao rebanho.
18 Tendo elas voltado a Reuel, seu pai, este lhes perguntou: Por que viestes, hoje, mais cedo?
19 Responderam elas: Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores, e ainda nos tirou água, e deu de beber ao rebanho.
20 E onde está ele?, disse às filhas; por que deixastes lá o homem? Chamai-o para que coma pão.
21 Moisés consentiu em morar com aquele homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora,
22 a qual deu à luz um filho, a quem ele chamou Gérson, porque disse: Sou peregrino em terra estranha.
23 Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito; os filhos de Israel gemiam sob a servidão e por causa dela clamaram, e o seu clamor subiu a D-us.
24 Ouvindo D-us o seu gemido, lembrou-se da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó.
25 E viu D-us os filhos de Israel e atentou para a sua condição.

Ex 3
1 Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de D-us, a Horebe.
2 Apareceu-lhe o Anjo do ETERNO numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia.
3 Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima?
4 Vendo o ETERNO que ele se voltava para ver, D-us, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui!
5 D-us continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.
6 Disse mais: Eu sou o D-us de teu pai, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para D-us.
7 Disse ainda o ETERNO: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento;
8 por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu.
9 Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo.
10 Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.
11 Então, disse Moisés a D-us: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?
12 D-us lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a D-us neste monte.
13 Disse Moisés a D-us: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O D-us de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14 Disse D-us a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.
15 Disse D-us ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O ETERNO, o D-us de vossos pais, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração.
16 Vai, ajunta os anciãos de Israel e dize-lhes: O ETERNO, o D-us de vossos pais, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó, me apareceu, dizendo: Em verdade vos tenho visitado e visto o que vos tem sido feito no Egito.
17 Portanto, disse eu: Far-vos-ei subir da aflição do Egito para a terra do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu, para uma terra que mana leite e mel.
18 E ouvirão a tua voz; e irás, com os anciãos de Israel, ao rei do Egito e lhe dirás: O ETERNO, o D-us dos hebreus, nos encontrou. Agora, pois, deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao ETERNO, nosso D-us.
19 Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte.
20 Portanto, estenderei a mão e ferirei o Egito com todos os meus prodígios que farei no meio dele; depois, vos deixará ir.
21 Eu darei mercê a este povo aos olhos dos egípcios; e, quando sairdes, não será de mãos vazias.
22 Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestimentas; as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios.

Ex 4
1 Respondeu Moisés: Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O ETERNO não te apareceu.
2 Perguntou-lhe o ETERNO: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão.
3 Então, lhe disse: Lança-o na terra. Ele o lançou na terra, e o bordão virou uma serpente. E Moisés fugia dela.
4 Disse o ETERNO a Moisés: Estende a mão e pega-lhe pela cauda (estendeu ele a mão, pegou-lhe pela cauda, e ela se tornou em bordão);
5 para que creiam que te apareceu o ETERNO, D-us de seus pais, o D-us de Abraão, o D-us de Isaque e o D-us de Jacó.
6 Disse-lhe mais o ETERNO: Mete, agora, a mão no peito. Ele o fez; e, tirando-a, eis que a mão estava leprosa, branca como a neve.
7 Disse ainda o ETERNO: Torna a meter a mão no peito. Ele a meteu no peito, novamente; e, quando a tirou, eis que se havia tornado como o restante de sua carne.
8 Se eles te não crerem, nem atenderem à evidência do primeiro sinal, talvez crerão na evidência do segundo.
9 Se nem ainda crerem mediante estes dois sinais, nem te ouvirem a voz, tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca; e as águas que do rio tomares tornar-se-ão em sangue sobre a terra.
10 Então, disse Moisés ao ETERNO: Ah! ETERNO! Eu nunca fui eloqüente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua.
11 Respondeu-lhe o ETERNO: Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o ETERNO?
12 Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.
13 Ele, porém, respondeu: Ah! ETERNO! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim.
14 Então, se acendeu a ira do ETERNO contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente; e eis que ele sai ao teu encontro e, vendo-te, se alegrará em seu coração.
15 Tu, pois, lhe falarás e lhe porás na boca as palavras; eu serei com a tua boca e com a dele e vos ensinarei o que deveis fazer.
16 Ele falará por ti ao povo; ele te será por boca, e tu lhe serás por D-us.
17 Toma, pois, este bordão na mão, com o qual hás de fazer os sinais.
18 Saindo Moisés, voltou para Jetro, seu sogro, e lhe disse: Deixa-me ir, voltar a meus irmãos que estão no Egito para ver se ainda vivem. Disse-lhe Jetro: Vai-te em paz.
19 Disse também o ETERNO a Moisés, em Midiã: Vai, torna para o Egito, porque são mortos todos os que procuravam tirar-te a vida.
20 Tomou, pois, Moisés a sua mulher e os seus filhos; fê-los montar num jumento e voltou para a terra do Egito. Moisés levava na mão o bordão de D-us.
21 Disse o ETERNO a Moisés: Quando voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.
22 Dirás a Faraó: Assim diz o ETERNO: Israel é meu filho, meu primogênito.
23 Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito.
24 Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o ETERNO e o quis matar.
25 Então, Zípora tomou uma pedra aguda, cortou o prepúcio de seu filho, lançou-o aos pés de Moisés e lhe disse: Sem dúvida, tu és para mim esposo sanguinário.
26 Assim, o ETERNO o deixou. Ela disse: Esposo sanguinário, por causa da circuncisão.
27 Disse também o ETERNO a Arão: Vai ao deserto para te encontrares com Moisés. Ele foi e, encontrando-o no monte de D-us, o beijou.
28 Relatou Moisés a Arão todas as palavras do ETERNO, com as quais o enviara, e todos os sinais que lhe mandara.
29 Então, se foram Moisés e Arão e ajuntaram todos os anciãos dos filhos de Israel.
30 Arão falou todas as palavras que o ETERNO tinha dito a Moisés, e este fez os sinais à vista do povo.
31 E o povo creu; e, tendo ouvido que o ETERNO havia visitado os filhos de Israel e lhes vira a aflição, inclinaram-se e o adoraram.

Ex 5
1 Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o ETERNO, D-us de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
2 Respondeu Faraó: Quem é o ETERNO para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o ETERNO, nem tampouco deixarei ir a Israel.
3 Eles prosseguiram: O D-us dos hebreus nos encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao ETERNO, nosso D-us, e não venha ele sobre nós com pestilência ou com espada.
4 Então, lhes disse o rei do Egito: Por que, Moisés e Arão, por que interrompeis o povo no seu trabalho? Ide às vossas tarefas.
5 Disse também Faraó: O povo da terra já é muito, e vós o distraís das suas tarefas.
6 Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo:
7 Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha.
8 E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso D-us.
9 Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não dêem ouvidos a palavras mentirosas.
10 Então, saíram os superintendentes do povo e seus capatazes e falaram ao povo: Assim diz Faraó: Não vos darei palha.
11 Ide vós mesmos e ajuntai palha onde a puderdes achar; porque nada se diminuirá do vosso trabalho.
12 Então, o povo se espalhou por toda a terra do Egito a ajuntar restolho em lugar de palha.
13 Os superintendentes os apertavam, dizendo: Acabai vossa obra, a tarefa do dia, como quando havia palha.
14 E foram açoitados os capatazes dos filhos de Israel, que os superintendentes de Faraó tinham posto sobre eles; e os superintendentes lhes diziam: Por que não acabastes nem ontem, nem hoje a vossa tarefa, fazendo tijolos como antes?
15 Então, foram os capatazes dos filhos de Israel e clamaram a Faraó, dizendo: Por que tratas assim a teus servos?
16 Palha não se dá a teus servos, e nos dizem: Fazei tijolos. Eis que teus servos são açoitados; porém o teu próprio povo é que tem a culpa.
17 Mas ele respondeu: Estais ociosos, estais ociosos; por isso, dizeis: Vamos, sacrifiquemos ao ETERNO.
18 Ide, pois, agora, e trabalhai; palha, porém, não se vos dará; contudo, dareis a mesma quantidade de tijolos.
19 Então, os capatazes dos filhos de Israel se viram em aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da vossa tarefa diária.
20 Quando saíram da presença de Faraó, encontraram Moisés e Arão, que estavam à espera deles;
21 e lhes disseram: Olhe o ETERNO para vós outros e vos julgue, porquanto nos fizestes odiosos aos olhos de Faraó e diante dos seus servos, dando-lhes a espada na mão para nos matar.
22 Então, Moisés, tornando-se ao ETERNO, disse: Ó ETERNO, por que afligiste este povo? Por que me enviaste?
23 Pois, desde que me apresentei a Faraó, para falar-lhe em teu nome, ele tem maltratado este povo; e tu, de nenhuma sorte, livraste o teu povo.

Ex 6
1 Disse o ETERNO a Moisés: Agora, verás o que hei de fazer a Faraó; pois, por mão poderosa, os deixará ir e, por mão poderosa, os lançará fora da sua terra.